quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Acordando Idéias

Quero registrar aqui a dura tarefa de quem escreve um livro.

A gente acorda de madrugada cheio de idéias e também cheio de indisposição para pôr as idéias no papel, para não dizer, na máquina registradora e fica ali hesitando se levanta e escreve mais dois capítulo do livro ou vira para o lado e escreve mais umas duas horas de sono.
Não é muito simples, uma vez que inspiração não é uma coisa que a gente liga quando quer, feito o chuveiro quando precisa tomar banho. Banho e frio parecem coisas apavorantes.
Nem sempre deixar a água cair na sua cabeça é capaz de deixar as idéias mais claras, quanto mais com duas horas de sono.

Outro dia, quando a cidade parecia que afundava dentro de um iceberg e o frio fazia as sombracelhas se abraçarem, num frio congelante de 8ºC eu estava lá, sentando na frente do note na sala, colocando a mente para funcionar, expremendo pensamentos para colocar mais um capítulo para dentro do notebook, ainda que não fizessem tanto sentido.
Sentido mesmo não fazia, era eu estar ali acordado às 04h da manhã de bermuda e meias, num frio de desbotar a alma do corpo quando todo mundo estava escondido debaixo de um cásulo de cobertores.
Resultado. Duas páginas escritas até às 06:15 da manhã, um resto de sono para dormir e um atraso de duas horas até chegar ao trabalho. Eu olhava para as pessoas com olhar de ressaca e tudo que eu ouvia parecia um mantra budista. Depois do almoço, então. Difícil era se concentrar na Conferência que eu estava participando, sem deixar de sonhar com a cama e o par de travesseiros que eu havia abandonado pelas cadeiras frias da sala.

Conclusão: Já que resolvi plantar a árvores ao invés de criar filhos, cá tenho eu que acordar de madrugada para ninar idéias como um pai balançando o berço.

Dorme filhinho que um dia você acorda Livro!

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